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Os 6 Principais Vilões das Correias Transportadoras

Data da Postagem: 18/03/2020 – 14:10:00 hs

Tempo de Leitura: 3,5 minutos 

Autor: Marcelo Leone

Aos amigos que convivem diariamente com transportadores de correia, todos sabem muito bem o quão grande é a pressão para se retomar o mais rápido possível o funcionamento do sistema.

Sendo assim, neste artigo abordaremos os principais agentes causadores de falhas, relacionados a correia transportadora em si. Em outras palavras, quais são os principais causadores de problemas para a correia transportadora e que podem parar uma operação.

Qual é o impacto de um transportador parado para uma linha produtiva?

Em muitas situações, a inoperância de um transportador afeta a linha produtiva de toda uma unidade.

Somente como exemplo, um transportador da linha de embarque de um terminal portuário compromete o carregamento de um navio e todo um planejamento de produção.

Mas o que isso significa?

Indo direto ao ponto, o terminal portuário é pago por cada tonelada de material que é embarcada dentro de um navio. Atualmente, uma linha produz entre 1.500 a 2.000 toneladas por hora. Sendo assim, uma hora de parada não-programada reduz a produção em, no mínimo, 1.500 toneladas. Se multiplicarmos essa quantidade pelo preço cobrado por tonelada embarcada, podemos imaginar o prejuízo do terminal, não é mesmo?

isso sem falar do custo do navio atracado, que também é altíssimo e aumenta o prejuízo do terminal…

Sendo assim, basta fazermos a conta para sabermos que o bom funcionamento do transportador é essencial para o sucesso da operação.

Pois bem, agora vamos voltar nossa atenção para a correia transportadora em si.

Agentes Causadores de Falha: Os "Vilões" das Correias Transportadoras

A correia transportadora é composta estruturalmente por borracha e fios têxteis (nesse momento não iremos abordar correias com carcaça de cabos de aço). Como vimos no artigo – Guia Prático de Correias Transportadoras: Tudo o que Você Precisa Saber – a borracha está presente na cobertura da correia, que por sua vez está em contato direto com o ambiente externo e o material que será transportado.

Considerando esse cenário, a borracha terá alguns “vilões” que irão atacá-la, reduzindo muito a vida útil da correia, os quais iremos destacar abaixo.

1) Agentes Abrasivos

A ação abrasiva causa o desgaste dos revestimentos da borracha, expondo as lonas e consequentemente comprometendo a resistência mecânica da correia. Vale lembrar que o desgaste por abrasão é inerente ao processo, porém esses “agentes” aceleram tal processo. Como exemplo, podemos citar uma aplicação com roletes travados, onde o contato direto com a correia em movimento transformará esses roletes em agentes abrasivos.

O rolete travado aumenta o desgaste da correia. Na foto acima, o pó escurecido é da borracha sendo desgastada em um nível severo.

2) Temperatura

Aplicações em que a temperatura do material transportado ou do ambiente ultrapasse 70°C provocam o ressecamento da borracha. Para esses casos, ressaltamos a importância de escolher corretamente a cobertura da correia (para saber mais, veja nosso artigo – Você Saber Escolher a Cobertura Ideal Para Sua Correia Transportadora?)

Correia ressecada devido à ação de material com alta temperatura

3) Óleos, Resinas, Produtos Químicos ou Graxos

Todos estes compostos químicos contaminam a borracha de alguma forma, provocando a deformação da correia. Assim como no caso da temperatura, existem coberturas adequadas que reduzem a atuação desses agentes sobre a borracha.

A ação de composto químico atacou a cobertura da correia, gerando bolhas.

4) Desalinhamento

Em condições severas, o desalinhamento danifica as bordas da correia. Em casos extremos, torna impossível a operação do sistema.

Correia com desalinhamento severo. Nessas circunstância, as bordas são extremamente danificadas.

5) Emenda

A emenda é o ponto mais frágil da correia. Sendo assim, é um fator crítico que absorve e concentra grande parte dos problemas da correia.

Em ambas as imagens, problemas na emenda causaram rupturas na correia.

6) Concepção Estrutural

A estrutura do transportador precisa estar capacitada para acomodar a correia. Em situações que tal “acomodação” não ocorre, podemos encontrar problemas de fadiga da carcaça e abertura da emenda.

Nesta concepção estrutural, a curta distância entre o tambor e o primeiro conjunto de roletes aumenta a tensão sobre a correia e gera problemas.

Conclusão

A correia transportadora é exposta a inúmeras situações adversas que podem comprometer sua vida útil e, em casos extremos, parar uma linha produtiva. Portanto, é de suma importância conhecer os fatores mais críticos que podem levar a essa incapacidade e agir de maneira preventiva e preditiva, com o intuito de evitar falhas que levarão a paradas não-programadas.

Fique por dentro! Nas próximas semanas aprofundaremos o conteúdo sobre cada um dos agentes causadores de falha, para que você esteja preparado para tomar as medidas de prevenção e manutenção adequadas para suas correias transportadoras!      

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